domingo, 30 de março de 2008

Os Estereótipos em Anos Incríveis

No meu tempo de criança, como se diz em baianês, era “de lei” ligar a televisão na TV Educadora às oito da noite e acompanhar as incríveis histórias de Kevin Arnold. Nunca encontrei pessoa que não tenha gostado dessa série, pelo contrário, os nostálgicos são muitos.

Estereótipos presentes na série:

Cenário: Típico subúrbio americano dividido em quadras com largas avenidas e casas padronizadas com jardins grandes.
Pai: O veterano da guerra da Coréia é homem de poucas palavras, empregado de uma firma de movéis. Não tem tempo para nada e vive enrolado com as contas da casa, principalmente com os tributos do estado. Muito admirado por Kevin.
Mãe: Dona-de-casa que vive para cuidar dos filhos e da casa. É bonita, amorosa, cozinha bem e nunca levanta a voz para o marido.
Irmã mais velha: Usa roupas alternativas estilo New Age, é contra a guerra do Vietnã e carrega todos os ideais da juventude de 1968: seria uma espécie de hyppie-chique. É retratada como uma pessoa muito distante de Kevin.
Irmão: É mostrado como um estúpido, burro, ignorante, cujo único objetivo na vida é bater e brigar com o nosso herói.
Melhor amigo (Paul): Judeu, alérgico a tudo, usa óculos maior do que o rosto, desengonçado, tira as melhores notas da escola e nunca faz nada de errado: um autêntico Nerd.
Winne Cooper: O primeiro amor de Kevin. É idealizada. Bonita, inteligente e incompreensível. É fisicamente maior que Kevin e de fato eles não terminam juntos.

Em psicologia social pesquisadores constataram que a maioria de nós exibe um viés personalista, ou seja, tipicamente nos classificamos como melhores do que a média da população.
A estereotipização dos personagens pode derivar da narrativa tendenciosa do protagonista que categoriza seu meio social e as pessoas significativas na sua vida, mas não atribui a ele mesmo nenhum estereótipo. Esse processo de categorização dos outros é feito por nós a todo o momento e isso pode explicar porque simpatizamos tanto com Kevin.
Como nos lembramos da nossa infância? Somos heróis em um meio físico e social estereotipado, mediano? Lembramos de nós como sendo acima da média tal qual indica a tendenciosidade personalista?

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